terça-feira, 13 de março de 2018

Eleições em Cuba tiveram participação de mais 85% dos eleitores

Outdoor: "Por cuba - Eleições Gerais - 2017-2018: Genuína demostração de democracia" | Foto: Mariana Almeida
Por Sturt Silva

Em Cuba, aproximadamente de 7 milhões e 400 mil, que representam 85,6% dos habilitados a votar (segundo informações do Granma de 19 de março), foram às urnas no último domingo (12) para eleger os representantes que, em abril, irão escolher o novo presidente e os maiores cargos políticos do país. 

Foram eleitos 605 deputados do Parlamento e os 1.265 delegados das 15 Assembleias Provinciais do Poder Popular. O voto, livre, secreto e facultativo foi exercido em 24.470 colégios eleitorais.

Segundo Alina Balseiro, presidenta da Comissão Nacional Eleitoral (CEN), 94,4% foram de votos válidos e o restante distribuídos entre votos nulos (1,2%) e brancos (4,3%).


Composição democrática do novo parlamento

Dos 605 deputados eleitos 53% são mulheres, o que converte a Assembleia Nacional Cubana no segundo parlamento com mais mulheres. Também foram eleitos 13% de jovens e 40,6% de pessoas que tem menos de 50 anos. Na composição étnico-racial, 59,5% são brancos e 40,5% são negros e pardos.

Em entrevista ao Brasil de Fato, a presidenta do CEN destacou a participação do povo nas eleições legislativas. “Para entender a composição da Assembleia Nacional é preciso entender também o sistema eleitoral cubano. A seleção dos candidatos que participam das eleições nacionais começam na base, com uma assembleia de vizinhos. Isso envolve a participação do povo desde a primeira etapa”, destacou Balseiro.

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Para a presidenta da Comissão Eleitoral, cubanos e cubanas participam de todas as etapas da eleição de forma livre e voluntária. “Pelo menos 47% dos deputados eleitos são fruto das assembleias dos núcleos de base de cada bairro. O que quero dizer é que isso flui de forma autônoma. Não existe nenhum tipo de pressão, tudo é feito de forma voluntária. As pessoas escolhidas nesses espaços são a própria representação do povo”, completou Alina Balseiro.

Os representantes eleitos neste domingo assumem seus cargos em 19 de abril (províncias) e 25 de março (parlamento nacional), oportunidade em que escolherão o quinto presidente da era revolucionária (o sétimo desde fim da ditadura de Batista). O mais cotado para assumir o posto é o atual vice-presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez. Ele seria o primeiro dirigente cubano, nascido depois do triunfo da Revolução e o terceiro após a proclamação da constituição socialista de 1976.

Os presidentes da era revolucionária

Depois da queda do ditador Fulgêncio Batista, em 1 de janeiro de 1959, Cuba teve 6 presidentes, sendo que os dois primeiros foram de forma provisória.

Anselmo Alliegro y Milá e Carlos Manuel Piedra ocuparam a presidência nos 3 primeiros dias do ano.
Da esquerda à direita: Manuel Lléo, Osvaldo Dorticós, Fidel Castro e Raúl Castro
Em 3 de fevereiro assumiu, com apoio do líder da Revolução - Fidel Castro-, Manuel Urrutia Lleó que ficou no cargo até 18 de julho. Em seu governo, José Miró Cardona teve pequena passagem como Primeiro-ministro (5 de janeiro - 6 de fevereiro). Também foi durante o mandato de Lléo que Fidel Castro tornou-se Primeiro-ministro (16 de fevereiro de 1959 - 2 de dezembro de 1976). Porém, ao fazer oposição às reformas de Fidel Castro, que tinha grande apoio popular, acabou renunciando.

Em 17 de julho, do mesmo ano, assumiu Osvaldo Dorticós, que ficou na presidência até a proclamação da constituição socialista de 1976. Com a nova constituição o cargo de Primeiro-ministro foi extinto e o presidente passou a ser o presidente do Conselho de Estado, eleito pelo parlamento.

Fidel Castro foi eleito como presidente em 2 de dezembro de 1976, passando a ter mandatos de 5 anos e com reeleição ilimitada. Em 31 de julho de 2006 renunciou. O então vice-presidente, Raúl Castro, assumiu o comando do país de forma interina até 2008.

Em 24 de fevereiro de 2008, Raúl Castro foi eleito presidente para uma mandato de 5 anos e reeleito em fevereiro de 2013.

Com informações da EcuRed, Cuba Debate, Opera Mundi e Brasil de Fato.

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